Solos.
Você provavelmente deve-o enxergar como um produto da natureza abundante no
meio ambiente, infinito. Entretanto, essa não é bem a nossa realidade.
Quando
se fala em solo, a principal atribuição que se dá é a sua importância para a
agricultura, de fato, porém, nem à mesma está na sua totalidade preocupada com
esse material.
A
população mundial, cresce de forma assustadora, a cada ano. E a preocupação
principal é: como vamos alimentá-la? Pois bem, nas ciências agrárias, temos
muitas formas de fazer valer isso, uma delas é a expansão da fronteira
agrícola, o aumento da produtividade por meio do melhoramento genético de
plantas, aumento da produtividade por meio de técnicas de irrigação (sabe-se
que áreas irrigadas produzem 2,5 até 3 vezes mais que cultivos de sequeiro),
dentre outras. Porém, para que todas essas técnicas sejam possíveis, precisamos
de um bem comum, o solo. Cultivos sem uso do solo são possíveis, afinal de
contas com relação à fisiologia vegetal, principalmente para espécies
cultivadas, o solo não é um requisito primordial e crucial, pode-se cultivar
tornando disponíveis os macro e micronutrientes na água, gerando assim uma
solução nutritiva que vá atender ás necessidades hídricas e nutricionais das
plantas, contudo, isto exige um controle ainda mais superior ao cultivo
convencional. O solo não é essencial para a fisiologia vegetal, mas é de suma
prioridade para o desenvolvimento econômico de uma agricultura que seja
acessível.
Para que se forme 10 cm do perfil de um solo,
são necessários um equivalente temporal de 2.000 anos de trabalho, com ação
conjunta do intemperismo químico, físico e biológico, atuando com seus diversos
fatores, tais como a precipitação, disponibilidade hídrica, espécies animais e
vegetais, temperaturas e variações. No entanto, para seja perdido esses mesmos
10 cm, não precisa de tanto tempo, pode ser feito em alguns anos, até meses; e
pode ser realizado por vários fatores, mas o indutor essencial: o homem. Vê-se
em pleno século XXI, plantios de “ladeira abaixo”, provocando sério processo de
erosão hídrica e eólica, deposição de sedimentos em rios, lagos e até represas
artificiais, nos fazendo refletir e pensar que ainda estamos na Idade da Pedra.
Enquanto que os nativos das Américas, povos Maias, nos seus cultivos de milho (Zea mays L.), para manter a fertilidade
do solo colocavam em cada cova um peixe morto. Quando hoje no meio
técnico-científico, tratamos do Sistema de Plantio Direto como atualidade, e
esquecemos que os nossos avós praticavam a técnica e dominavam, abrindo nos “roçados”
apenas o espaço das covas, deixando a superfície do solo protegida pela
vegetação que hoje denominamos de daninhas, mas o advento da mecanização, da
produção industrial de máquinas agrícolas junto com as agências financiadoras
das lavouras, implantou na mente dos agricultores à época que a prática era
antiquada e que o uso de maquinarias para aragem e gradagem é imprescindível. Causando
na atualidade problemas sobre o uso intensivo de máquinas, como a compactação (consequência
mor) e tornando-se caro o processo de recuperação.
O
estudo das propriedades físicas de um solo é tão importante e criterioso que se
não o for executado sistemática e corretamente, pode comprometer o sucesso de
projetos agrícolas.
O
solo, ou a camada na qual se localiza no planeta, denominada pedosfera, é uma
área de interação entre todas as outras, tais como atmosfera, hidrosfera,
geosfera, crosta, litosfera, núcleo. Sem ele não há vida, tudo o que é
produzido, é proveniente dele, ou precisa-se vencê-lo para produzir, e como
informado nos parágrafos acima, para que a agropecuária tenha seu desenvolvimento
econômico viabilizado e que seja acessível, o solo é fundamental.
Para
a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), 2015 foi
decretado como o Ano Internacional dos Solos, com a finalidade de mobilizar a
sociedade para a importância dos solos como parte fundamental do meio ambiente
e os perigos que envolvem a degradação deles em todo o mundo. No Brasil as
atividades são incentivadas pela SBCS – Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo.
Abaixo segue vídeo educativo e didático ilustrando o problema da não-conservação dos solos e as consequências para a manutenção da vida.
Texto: Erli Pinto dos Santos
Técnico em Agropecuária - Instituto Federal Baiano
Graduando em Eng. Agronômica - UEFS
erlitec.agri@hotmail.com
(74) 9946-3259
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