sexta-feira, 21 de março de 2014

9º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva


A captação de água de chuva é uma alternativa de extrema importância para o semiárido brasileiro, em diversos ramos de produção tão quanto para a sobrevivência dos habitantes dessa região. O Simpósio é um evento onde profissionais se encontram para discutir a situação de tecnologias aplicadas para esta finalidade, engenheiros agrônomos, civis, e uma grande gama de profissionais, que se dedicam nessa área. A captação de água de chuva é a chave para a convivência com o semiárido. Grande parte das águas pluviais se perdem no Nordeste por escoamento superficial, água que poderia estar sendo aproveitada na agropecuária, na indústria, e nas residências. São de extrema importância a realização de eventos como este, já participei da última edição do Simpósio, na cidade de Campina Grande - PB, e falo com autoridade. Participem pessoal!

Mensagem da Comissão Organizadora do Evento:
No inicio dos anos 90, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) em parceria com outras organizações não-governamentais, organizações de base e comunidades iniciaram a construção de cisternas e, perceberam que havia a necessidade premente de um programa educacional estruturados para incentivar a convivência com o clima semiárido e o manejo adequado da água. Foi então que, em 1997 em Petrolina-PE, a Embrapa Semiárido e o IRPAA idealizaram a realização do 1º Simpósio, tendo como tema "Captação de Água de Chuva: a base para a viabilidade do semiárido".
Já em 1999, foi realizado o 2º Simpósio Brasileiro sobre Sistemas de Captação de Água de Chuva, que ocorreu, também em Petrolina, concomitantemente à “IX Internacional Conference on Rainwater Catchment Systems”, cujo marco foi a criação da Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva (ABCMAC). A partir daí e diante do grande interesse da sociedade acerca do aproveitamento e manejo da água de chuva foram realizados em 2001, o 3º Simpósio em Campina Grande-PB; em 2003, o 4º Simpósio em Juazeiro-BA; em 2005, o 5º Simpósio em Teresina-PI; em 2007, o 6º Simpósio em Belo Horizonte-MG; e em 2009, o 7º Simpósio em Caruaru-PE.
Em 2012, a cidade de Campina Grande-PB sediou a realização do 8º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, tendo como tema central "O aproveitamento da água de chuva em diferentes setores e escalas: desafio da gestão integrada". Com a escolha desse tema, a ABCMAC explicitava seu entendimento de que a captação e aproveitamento da água de chuva, fundamental para o semiárido, pode ser estendido com vantagens aos setores urbano e industrial.
Em 2014, na sua 9ª edição, o SBCMAC amplia essa visão ao declarar seu tema central Água de Chuva: segurança hídrica para o século XXI. Sob esse tema, o 9º SBCMAC pretende discutir o papel da água de chuva para abastecimento da sociedade frente a problemas como poluição e escassez dos mananciais tradicionais. O 9º SBCMAC será sediado na cidade de Feira da Santana – BA, sob a coordenação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no período de 12 a 15 de agosto de 2014.
As instalações da UEFS contam com auditório para ate 1200 pessoas, área de 1500 m2 para exposição técnica e diversas salas para apresentação de trabalhos orais.
O aproveitamento da água de chuva passa nos dias atuais por um processo avançado de transição tecnológica que já envolve tomadores de decisão, usuários e fabricantes de materiais e equipamentos, com forte participação da academia.
Vamos discutir e buscar soluções para problemas como as tecnologias usadas, os cuidados com a saúde humana, dimensionamento ótimo de cisternas, aproveitamento para uso agropecuário, urbano e industrial, manejo de microbacias e o impacto das mudanças climáticas.
Esperamos sua contribuição para esse debate em Feira de Santana, a Princesa do Sertão. Até lá.

Mais informações no site do evento: < http://www.acquacon.com.br/9sbcmac/index.php >


Att.: Erli Pinto dos Santos
Técnico Agropecuário
Graduando em Eng. Agronômica - UEFS
(74) 9196-6275

quinta-feira, 6 de março de 2014

Indústria da seca

Talvez muitos não lembrem: no governo de Venceslau Brás (1914 - 1918) foi-se investidos 2.326 contos de réis em obras para convívio com as secas, contrastando, no mandato seguinte (1919 - 1922), de Epitácio Pessoa (paraibano, diga-se de passagem), foi aplicado neste mesmo setor 145.947 contos de réis! Epitácio Pessoa foi lançado à candidatura para representar os cafeicultores (república café-com-leite), e eles não gostaram de todo esse investimento em estrutura hídrica no nordeste, e isso contribuiu para que ele não fosse lançado novamente, sendo Artur Bernardes o seu sucessor, que neste quesito investiu apenas 3.827 contos de réis para a gestão hídrica do Nordeste brasileiro. O DNOCS, mesmo com muitos investimentos, infelizmente sempre ficou à mercê dos poderosos locais, à favor dos latifúndios de posse desses poderosos, coronéis, empresários da desgraça. A ideia de transposição das águas do rio São Francisco todos sabem que não é recente, vem daquela história de que o Imperador venderia até os brilhantes da corôa para investir na região. E hoje a obra encontra-se em andamento (ops, mais parada do que em andamento); o projeto foi aprovado no governo Lula, com o manto de desculpa "levar água para 12 milhões de pessoas no nordeste setentrional", mas olhando o percurso dos canais, olha lá o que realmente vai beneficiar: o agronegócio da fruticultura! E ai, a indústria da seca será que deixou de existir, diminuiu ou está operando da mesma forma que sempre?

Recomendo a leitura do artigo "100 anos de DNOCS: Marchas e Contramarchas do Convívio com as Secas" : http://www.sei.ba.gov.br/site/publicacoes/sumarios/c&p162/c&p162_pag_58.pdf