Fruto de um longo trabalho, a cultivar Paiaguás é derivada de populações de Brachiaria brizantha, importada da África. É o primeiro capim selecionado para os sistemas de produção integrados, especialmente, na modalidade lavoura-pecuária, sendo de fácil utilização com milho safrinha e uma boa alternativa na entressafra da soja. Critérios como produtividade, vigor e produção de sementes foram destacados no processo de seleção que deu origem a cultivar.
Em campo, explica a pesquisadora Valéria Pacheco, a grande vantagem da Paiaguás quando comparada a outras cultivares em uso - Piatã, Marandu e Xaraés - é que melhor minimizou o problema da alimentação do gado no período seco. Enquanto as demais sofrem com a falta de água, a Paiaguás apresenta maior acúmulo de forragem com alto teor de folhas e bom valor nutritivo nesse período.
Vale ressaltar que a Paiaguás é suscetível a pragas como a cigarrinha-das-pastagens. Os resultados dos testes revelam que ela sofre dano moderado sob a cigarrinha Notozulia entreriana e dano severo sob ataque da cigarrinha Mahanarva Fimbriota, por isso não é recomentado o uso da cultivar BRS Paiaguás em áreas com histórico de alta infestação de cigarrinhas.
Pesquisa
Para que uma cultivar chegue ao produtor é preciso em média 10 anos de pesquisa. Esse processo envolve mais de 30 pesquisadores de diferentes especialidades ao longo de cinco etapas. São três anos de experimentos iniciais de canteiro, dois anos de ensaios regionais, fase na qual a cultivar é testada em outras áreas do país. E por último a etapa de manejo e desempenho animal realizada em dois momentos: avaliação efeito do animal sob o pasto e avaliação da forrageira sob o animal.
Homenagem
Mantendo a tradição de homenagear os povos indígenas que compõe o imaginário da cultura regional do Centro-Oeste, a Unidade Gado de Corte resgata desta vez a memória da etnia Paiaguás, os índios canoeiros do rio Paraguai.
A história da tribo Paiaguás é marcada pela bravura de um povo que resistiu as monções. Para quem não se recorda durante os séculos XVII e XVIII, Portugal promoveu expedições fluviais partindo da cidade de Porto Feliz, na capitania de São Paulo, com a tarefa de colonizar, identificar, proteger e abastecer as parcelas ocidentais da América portuguesa. Essas expedições foram denominadas de monções, e caracterizam o processo de ocupação colonial da região central da América do Sul, a região que hoje conhecemos como Centro-Oeste.
Fonte: Embrapa
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