Atitudes de interesse político e nada mais. Nunca se
viu um governo tão apressado em atingir um recorde na distribuição de cisternas
pelo semiárido brasileiro. Aliás, se é que pode-se chamar isso de cisterna,uma
tecnologia onde os beneficiados são apenas os fabricantes. Existem tecnologias
aplicáveis à confecção de cisternas, como a cisterna de tela de arame galvanizado
lançada pelo IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada) há
décadas atrás, de custo muito baixo, comparando com o benefício proporcionado
pela tecnologia. Como se trata de armazenamento de água para consumo humano, a
Fundação Banco do Brasil, possui também uma tecnologia interessante de
armazenamento de água, que são os lagos de múltiplo uso. O preço de aquisição,
o que o governo paga por uma cisterna dessas, seria suficiente para construir
várias cisternas de tela de arame. Sem contar com a parte social, uma vez que o
homem do campo quando participa da confecção daquilo que irá lhes beneficiar, a
valorização que ele dará ao bem construído é muito maior que o valor que ele
dá, se é que ele dá algum valor, a uma engabelação dessas, denominada cisterna
de polietileno.
Estamos na semana do meio ambiente. Sendo a agressão
ao meio ambiente à questão talvez mais importante a ser avaliada na
distribuição dessas cisternas. Talvez mesmo... Seria o quesito mais importante,
porém não parece, pois o resíduo que essas cisternas deixam ao final da vida
útil de utilização é prejudicial à natureza, a manutenção dos solos, a
vegetação, a qualidade da água armazenada em aquíferos subterrâneos. Precisamos
de atitudes que minimizem o rastro do ser humano, o nosso rastro no ambiente,
pelo contrário, estamos e distribuindo toneladas de plástico pela caatinga. Caxios,
barreiros, cisternas calçadão, tantas outras tecnologias públicas mais,
eficazes e eficientes, e vamos continuar distribuindo material degradante pelo
meio afora?
Att.: Erli Pinto dos Santos
Téc. Agropecuário
Téc. Agropecuário
Graduando em Agronomia
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