quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ministro defende criação de uma política de convivência com o semiárido



Carlos Antonio da Silva
Ministro defende criação de uma política de convivência com o semiárido
Ministro fala durante reunião em Petrolina
Para o ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, o povo do semiárido merece que o estado brasileiro estabeleça, de forma definitiva e em conjunto com a sociedade civil, uma política de convivência com a seca. Independente das “divergências partidárias, normais em uma democracia, essa é uma política que trará “grandes vantagens” para a população e a região vai poder dar uma “contribuição ainda maior ao desenvolvimento social e econômico do Brasil”. O ministro fez a declaração na abertura da reunião que acontece até o dia de hoje (23) na sede da Embrapa, em Petrolina, e debate propostas para a reestruturação produtiva do semiárido. Ao lado de Neri Gueller - Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dos secretários de agricultura dos estados do Nordeste, dirigentes de organizações não governamentais, técnicos de órgãos públicos vinculados às áreas de pesquisa, extensão rural e infraestrutura hídrica, Pepe Vargas destacou a importância de, na reunião, se construir um plano de trabalho com soluções emergenciais e estruturantes que enfrentem a carência de água para o abastecimento das famílias, a dessedentação dos animais e a produção agrícola. O ministro explica que, desde maio do ano passado, a União, estados e municípios já atuam em parceria no enfrentamento dos problemas decorrentes da seca. Nesse período, o Governo Federal investiu cerca de 4 bilhões e 600 mil reais em ações de enfrentamento da seca. Isso sem contar investimentos feitos em obras de caráter estruturante para a segurança hídrica que “infelizmente deveriam ter sido feitas a 60, 50, 40, 30 anos atrás”. Nesse volume de recursos também não estão incluídos os quase dois bilhões de créditos de linhas emergenciais para agricultura, comércio, serviço, indústria, que não serão pagos enquanto durar a seca. De acordo com ele, a combinação dessas medidas com outras de caráter estrutural, se não resolveram todos os problemas, permitiram que neste período da mais dura seca dos últimos 50 anos, não se assistissem situações com pessoas adotando atitudes desesperadas como fazendo saques, nem vê retirantes ou se registra aumento de mortalidade infantil, como no passado. “Nada disso está ocorrendo porque, nos últimos anos, um conjunto de políticas de caráter estruturais somadas ás medidas emergenciais permitiram que isso não acontecesse. Não é pouca coisa. Acho que isso já é sim uma primeira vitória que a região teve nessa parceria envolvendo os governos federal, estaduais, municipais e a sociedade civil”, afirmou o ministro. Neri Gueller aponta a necessidade de se implementar políticas claras e objetivas para a convivência com o semiárido. Para ele, a seca tem aumentado muito o atendimento de demandas dos agricultores como a do milho. A Conab, por exemplo, que tinha cerca de 17 mil clientes em balcão no país todo, com a estiagem passou para 120 mil clientes só no Nordeste. “Não é fácil”, afirma. Dificuldades assim requerem uma atuação coesa dos órgãos públicos e da sociedade para que “a gente seja responsável por uma solução conjunta para aquelas pessoas que precisam desse momento dos governos independente de ser federal, estadual ou municipal”. A procura por alternativas que permitam qualidade de vida, renda e emprego no ambiente que é o semiárido brasileiro é uma busca permanente das instituições de pesquisa e desenvolvimento, as universidades, as Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária, os movimento sociais e os governos, explica o Diretor Executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf Junior. Para ele, é preciso colocar um olhar especial sobre a região e aprender como “esses irmãos vivem e exercitam essa arte de vivência no semiárido”. Portanto, é “extremamente importante perceber essa qualidade para poder construir com os parceiros soluções que resultem em melhores condições de vida nesse ambiente tão rico, mas que apresentam problemas estruturais tão sérios como essa questão da falta d’água”. 

Mais informações: Fernanda Birolo - Jornalista (MTb/AC 81) fernanda.birolo@embrapa.br 
Marcelino Ribeiro - Jornalista (MTb/BA 1127) marcelino.ribeiro@embrapa.br 
Embrapa Semiárido – 87 3866 3734

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